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sábado, 28 de agosto de 2010

Aflição.

Arranhar a parede com suas unhas nunca foi a terapia mais utilizada por você.

Falsa terapia, porém, terapia exata.

Costuma fazer tatuagens frequentemente sem nem pensar no quanto dói.

Filmes de terror não lhe perturba mais.

Tempestades gelam seu corpo e você finge não sentir os arrepios do frio.

Caminha em pedras de pontas finas apoiando seu calcanhar e falanges uniformemente.

Raspa a colher na panela, ambas de alumínio.

Não desperta em meios de pesadelos, procura encontrar sua continuidade.

Sua dor interior é tão maior e intensa que suas dores de agonia exterior, que chegam a ser capazes de supri-las.


domingo, 1 de agosto de 2010

Senhorita Dolores.

Ninguém entenderá sua tristeza. Ou melhor, ninguém sentirá sua dor.

Estimá-la está cada vez mais fácil, entender o que sente está meramente impossível.

Ela evoluiu ... assim como era para você evoluir. Está numa fase diferente das outras fases, porém, não deixa de estar dolorosa.

Um tipo de masoquismo sentimental, um nó quase cego na garganta e os olhos sempre cansados e pesados de sono.

Esta noite está tão fria e tão escura como meus lábios congelados de sorvete de uva.

Não se sabe muito bem o que se quer, o que se gosta ... a vontade está voltada para uma viagem de devaneios coberta de neve e olhos desbotados quase sem cor, da cor do vazio que busca esperança.

O som do piano passava a impressão de centenas de caixas de som ligadas a ele. Impossível não chegar aos meus ouvidos, comandando os sentidos seguidos de apreciação.

Guiou-me como dizem Deus guiar os passos de um fracasso.

Meus olhos causaram impacto ao ver aquele concerto. Era cercado de pessoas com olhos iguais aos meus, porém o minúsculo verde de esperança dos meus olhos sumiam perto do pontinho verde de esperança dos olhos dos que lá estavam.

E quando eles sorriram, o ponto verde ficava cada vez maior. E brilhavam tanto que chegavam a machucar minha pupila e a enrugar esta área tristonha e carregada de negatividade.

Gritei. Isso não foi o suficiente para que a canção se calasse, para que seus olhares se desviassem e para que a busca da felicidade desistisse de mim.

A maldita era persistente e queria chegar até mim.

Cada vez mais meus olhos escureciam, cada vez mais rude eu me acostumava a ser.

Mesmo assim ela não desistiu de mim.

Eu não entendia o porque desse merecimento, eu me desmerecia cada vez mais e essa escuridão invadia tanto o meu ser a ponto de...

Desistir dela.